O Banco Central do Brasil (BC) anunciou mais um corte na taxa básica de juros nesta quarta-feira (20), chegando a 10,75% ao ano. Este é o menor nível da Selic desde fevereiro de 2022.

A tão esperada reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontece a cada 45 dias, confirmou o que muitos especialistas já estavam prevendo: é momento de desaceleração da Selic.

Mas se você ainda não entende o impacto dessa taxa de juros para o cenário brasileiro e, ainda mais, para o mercado imobiliário, neste conteúdo esclarecemos as principais informações.

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Como funciona a Taxa Selic na economia brasileira?

A Taxa Selic é uma das principais ferramentas de política monetária do Brasil, utilizada pelo Banco Central para influenciar as condições econômicas do país. Aqui está um resumo de como ela funciona na economia brasileira:

Ela é uma  taxa básica de juros da economia brasileira, em que seu índice é determinado pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), que se reúne periodicamente para decidir seu nível.

A principal função da Taxa Selic é controlar a inflação. Dessa forma, quando o Banco Central quer estimular o crescimento econômico e a atividade, ele pode reduzir a Taxa Selic.

Já quando necessita controlar a inflação ou conter a demanda, ele pode aumentá-la. Como aconteceu em 2016, em que a Selic chegou a alcançar a marca de 14,25%, freando diversas negociações.

E se você tem interesse em comprar um imóvel, seja para morar ou investir, saiba que é imprescindível conhecer o impacto da Selic no mercado imobiliário.

Qual é o impacto da Selic na aquisição de imóveis?

A Selic pode ter um impacto significativo na aquisição de imóveis, afetando os custos de financiamento, a demanda por imóveis, a valorização dos imóveis e o interesse por investimentos nesse setor. Confira de que maneira a taxa básica de juros interfere em cada um desses fatores:

  • Financiamento Imobiliários

A Taxa Selic influencia diretamente as taxas de juros dos financiamentos imobiliários. Quando a Selic está alta, as taxas de juros tendem a ser mais elevadas, o que encarece o custo do financiamento para a compra de imóveis. 

  • Custos dos Empréstimo

Outros tipos de empréstimos também são afetados pela Taxa Selic. E isso pode ter um impacto indireto na aquisição de imóveis, pois os compradores podem recorrer a empréstimos pessoais ou outras formas de crédito, como consórcio, para financiar parte da compra.

  • Demanda por Imóveis

Taxas de juros mais baixas, tendem a estimular a demanda por imóveis. Isso ocorre porque os custos de financiamento são menores, tornando a compra de imóveis mais acessível para uma parcela maior da população.

  • Valorização 

Uma redução na Taxa Selic pode levar a um aumento na demanda por imóveis, o que, por sua vez, pode contribuir para a valorização dos imóveis. Com mais pessoas buscando comprar imóveis devido a condições de financiamento mais favoráveis, os preços podem subir em algumas regiões.

  • Investimento em Imóveis

Uma redução na Taxa Selic pode levar a um aumento no interesse por investimentos em imóveis, tanto por parte de investidores individuais quanto institucionais.

A Selic caiu, o que muda agora?

Com a Selic em 10,75%, com previsão de mais declínio para a próxima reunião do Copom, o que muda para o setor e entusiastas do mercado imobiliário? Mesmo com os impactos que mostramos acima, na prática, o cenário se desenha de uma maneira mais prática.

Entenda:

O efeito da redução da Selic na população pode demorar de três a seis meses para ser sentido, mas já estão surgindo os primeiros sinais dessa redução. 

Os empréstimos com garantia costumam ter taxas de juros mais baixas e podem refletir essa mudança mais rapidamente do que os financiamentos sem garantia ou em períodos de incerteza econômica.

Dados do Banco Central mostram uma redução nas taxas de juros para empréstimos com recursos livres, o que já está contribuindo para uma queda na inadimplência e uma melhora no consumo.

Além disso, alguns setores da economia, como a construção civil e o automobilístico, estão otimistas para este ano, prevendo um aumento nos investimentos e nas vendas.

Incorporadoras já projetam mais lançamentos imobiliários, enquanto o segmento automotivo espera um aumento nas vendas.

Com juros mais baixos, o crédito se torna mais acessível para empresas e famílias, o que pode estimular o consumo e os investimentos, impulsionando o crescimento econômico. No entanto, a recuperação econômica pode não ser tão forte quanto o esperado.

Afinal, apesar da queda nas taxas de juros, as empresas continuam cautelosas em aumentar os investimentos de forma significativa, o que pode resultar em uma desaceleração da atividade econômica em comparação com anos anteriores.

Ou seja, a queda da Selic sinaliza mudanças promissoras, mas seus efeitos reais, especialmente em setores como construção civil e automobilístico, que já projetam crescimento, levarão de três a seis meses para serem completamente sentidos.

Continue nos acompanhando para saber mais sobre o mercado imobiliário e nas oportunidades que podem surgir com este novo cenário econômico!